sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

ALMAGAMADA 13

A morte seria então complacente,
Chegaria num instante,
Arrebataria minha alma do leito,
E deixaria meu corpo sem jeito.

Mas eu ainda não quero morrer,
Tenho muito que escrever,
Quero viver cada momento,
Degustar cada pequeno sentimento.

Mas mesmo assim eu estou pronto,
Confesso que um pouco tonto,
Mas tenho que concluir este poema,
Escrevê-lo esta se tornando um problema.

Lá fora cai a chuva,
Para alguns, cai como uma luva,
Eu vejo apenas um céu púmbleo,
Carregado de água em seu núcleo.

Se lá fora chove,
Aqui dentro nada me comove,
Nem mesmo nossa foto na parede
Consegue aquietar minha saudade.

Sei que não vou lhe encontrar,
Já fui a todos os lugares conhecidos,
Até aqueles por nós amanhecidos,
Já estou começando a cansar.

Mas, se o destino por acaso,
Ou descaso,
Nos coloca-se frente a frente,
Será que eu ficaria contente?

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